Módulo 5: Materiais de formação (Sector da saúde)

Vídeos

Se não conseguir ver o vídeo aqui, por favor utilize outro browser ou clique aqui: www.youtube.com/watch?v=hvYraXAWIeA
Se não conseguir ver o vídeo aqui, por favor utilize outro browser ou clique aqui: www.youtube.com/watch?v=4X1OmofKx3k&list=PL2byj16NFD8fXA6Y7JW9_WJmaIYuSOXmi
Se não conseguir ver o vídeo aqui, por favor utilize outro browser ou clique aqui: www.youtube.com/watch?v=4X1OmofKx3k&list=PL2byj16NFD8fXA6Y7JW9_WJmaIYuSOXmi
Se não conseguir ver o vídeo aqui, por favor utilize outro browser ou clique aqui: www.youtube.com/watch?v=LGMAVxYDpNM
Se não conseguir ver o vídeo aqui, por favor utilize outro browser ou clique aqui: www.youtube.com/watch?v=kbK3sJzhc6Y&list=PL2byj16NFD8fXA6Y7JW9_WJmaIYuSOXmi
Se não conseguir ver o vídeo aqui, por favor utilize outro browser ou clique aqui: www.youtube.com/watch?v=g4qPmBbfyW0
Se não conseguir ver o vídeo aqui, por favor utilize outro browser ou clique aqui: www.youtube.com/watch?v=Xf7tF5577s0
Se não conseguir ver o vídeo aqui, por favor utilize outro browser ou clique aqui: www.youtube.com/watch?v=-tEE5ObFSmA
Estudo de caso

Estudo de caso – Avaliação do risco e planeamento da segurança na sala de emergência

No módulo 4, leu o   estudo de caso de Robin, um homem de 36 anos, que chegou ao serviço de urgência com um traumatismo craniano e múltiplos hematomas no braço esquerdo, bem como hematomas em várias fases de cicatrização. Estava acompanhado pela irmã, que assumiu um papel de controlo durante o exame, respondendo a perguntas em seu nome e controlando as interacções com o médico. Robin evitava o contacto visual e parecia hesitante em partilhar informações de forma independente.

Um inquérito mais aprofundado revelou incoerências entre a história contada pela irmã de Robin e as lesões observadas. A Robin apresentava um comportamento submisso e um medo palpável do contacto físico. Estes sinais suscitaram preocupações quanto a uma possível violência doméstica. Durante uma conversa privada com o médico assistente, a Robin abre-se.

Doutor: Robin, quero que saibas que estás num espaço seguro e que tudo o que nos disseres será confidencial. É importante para nós percebermos tudo o que se passa para podermos prestar-lhe os melhores cuidados.

Robin: (após uma pausa) Bem, hum, na verdade… Tenho tido alguns problemas em casa.

Doutor: Lamento ouvir isso. Não é fácil falar sobre isso, mas é importante abordar estas questões. Sentes-te seguro em casa?

Robin: (abana a cabeça) Nem por isso. Tenho medo que as coisas possam piorar.

Doutor: Muito bem, obrigado por ter partilhado isso comigo. Estamos aqui para o apoiar. Vamos falar sobre algumas estratégias de planeamento de segurança que podemos pôr em prática para o ajudar a manter-se seguro. Já pensaste para onde poderias ir se precisasses de sair de casa rapidamente?

Robin: (acena com a cabeça) Sim, tenho um amigo com quem posso ficar durante algum tempo.

Doutor: Isso é um bom começo. É importante ter um plano para saber para onde ir se precisar de sair rapidamente. A seguir, vamos falar sobre quem é que pode ser o seu apoio. Tens alguém em quem confies, como um amigo ou um familiar?

Robin: Sim, posso falar com o meu irmão.

Doutor: Isso é óptimo. Ter alguém com quem falar pode fazer uma grande diferença. Agora, Robin, preciso de lhe fazer algumas perguntas para compreender melhor o que aconteceu. Pode falar-me dos acontecimentos que levaram aos seus ferimentos?

Robin: Hum, é um bocado complicado. Tive uma discussão com a minha irmã e as coisas agravaram-se…

Doutor: Estou a ver. Pode falar-me mais sobre a discussão? Houve alguma violência física envolvida?

Robin: Sim, a minha irmã ficou zangada e começou a bater-me. Não é a primeira vez que isso acontece.

Doutor: Lamento ouvir isso, Robin. É importante para mim perceber a frequência e a gravidade destes incidentes. Com que frequência ocorre este tipo de violência e já sofreu algum ferimento no passado?

Robin: Já há algum tempo que acontece de vez em quando. Por vezes, são apenas gritos, mas outras vezes a coisa torna-se física. Já tive nódoas negras e cortes.

Doutor: Obrigada por partilhares isso comigo, Robin. É crucial para nós avaliar o nível de risco que está a enfrentar e determinar o apoio e os recursos adequados. Há alguns factores ou padrões específicos que parecem conduzir a estes incidentes?

Robin: É difícil dizer. Por vezes, é como andar sobre cascas de ovos. Qualquer coisa pode despoletar a minha irmã.

Doutor: Compreendo. Parece que está a lidar com muito stress e incerteza. Quero que saiba que não está sozinha e que há pessoas que a podem ajudar a ultrapassar esta situação difícil. Já pensou em contactar algum serviço de apoio ou aconselhamento no passado?

Robin: Nem por isso, mas estou aberta a isso.

Doutor: É bom ouvir isso, Robin. Posso fornecer-lhe informações sobre serviços de apoio locais e opções de aconselhamento especializadas em violência doméstica. É essencial ter um sistema de apoio enquanto atravessa este período difícil. Gostaria que eu a pusesse em contacto com esses recursos?

Robin: Sim, penso que isso seria útil.

Doutor: Muito bem, certificar-me-ei de que lhe darei essa informação antes de sair hoje. Entretanto, se tiver alguma dúvida ou preocupação, não hesite em dizer-me. A sua segurança e bem-estar são as nossas principais prioridades.

Tarefas para reflexão:

(1) Pense nas estratégias de planeamento de segurança discutidas pelo médico. Avalie a sua eficácia para permitir que a Robin tome medidas para se proteger de outros danos.
(2) Considerar o facto de o médico ter utilizado perguntas abertas para encorajar a Robin a partilhar as suas experiências. Reflicta sobre a forma como esta abordagem ajuda a descobrir pormenores importantes sobre a situação.
(3) Avalie a importância de avaliar a frequência e a gravidade dos incidentes de violência doméstica para determinar o nível de risco enfrentado pela vítima. Reflicta sobre a forma como esta informação contribui para o desenvolvimento de planos de segurança e para o acesso a serviços de apoio.

Estudo de caso – Avaliação de risco e planeamento de segurança no consultório dentário

Já conheceu a Sra. Miller no  módulo 3 e módulo 4.

Recordamos que ela foi ao consultório dentário por causa duma dor de dentes. Durante o tratamento, o dentista observou vários hematomas e petéquias periorbitais. Quando foi efectuada uma radiografia, foi também diagnosticada uma fractura do maxilar. A Sra. Miller concordou posteriormente com a documentação forense e explicou como tinham ocorrido as lesões. Como o tratamento da fractura do maxilar incluiu várias consultas de tratamento e de controlo, a Sra. Miller estabeleceu uma relação de confiança com o seu dentista.

Quando a Sra. Miller veio para o seu último controlo, vários meses mais tarde, o dentista reparou nas novas lesões. Documenta as novas lesões e utiliza-as como uma oportunidade para falar com a Sra. Miller.

Dentista: “Sra. Miller, como está? Há alguns meses, falámos sobre a sua situação em casa. Agora está tudo melhor em casa? Vejo novos ferimentos na sua orelha e testa”.

Sra. Miller (hesitante): “É… complicado. A situação não melhorou de facto. As discussões com o Martin estão sempre a voltar”.

Dentista: “Lamento saber que continua a ter problemas em casa. Existem circunstâncias que parecem despoletar a violência?”

Sra. Miller: “Sim… O Martim fica sempre zangado quando tento estabelecer contacto com outras pessoas, quer seja para falar com o nosso vizinho ou ao telefone.”

Dentista: “O que acontece quando o seu parceiro se zanga?

Sra. Miller: “Ele já não consegue controlar a sua raiva e, por vezes, torna-se violento.”

Dentista: “Ultimamente, ele tem-se zangado cada vez mais e as explosões de raiva estão a tornar-se mais violentas?”

Sra. Miller: “Sim, quando penso nisso… tem acontecido com mais frequência nos últimos tempos. Também está a tornar-se mais violento… Uma vez até me atirou um prato e fiquei com uma nódoa negra enorme na cara.”

Dentista: “Estou preocupado consigo, porque, pelo que me disse, a frequência e a extensão da violência contra si estão a aumentar. Tem alguma pessoa de confiança com quem possa falar?”

Sra. Miller: “Depois de ter mudado para outra casa, perdi o contacto com quase todos os meus amigos e familiares. Só falo regularmente com a minha irmã ao telefone, por exemplo, quando o Martin está no trabalho. Ela vive a 30 minutos daqui”.

Dentista: “É bom ouvir isso. Gostaria agora de falar consigo sobre o que pode fazer se já não se sentir segura em casa. É importante que tenha um sítio para onde possa ir se a situação se agravar. |por exemplo, pode ser a sua irmã. Também deve pensar em deixar uma mochila com cópias dos teus documentos mais importantes, como a certidão de nascimento e o passaporte, com ela.”

Sra. Miller: “Tenho de deixar isto assentar primeiro, porque não me sinto nada insegura em casa. O Martin às vezes fica muito zangado comigo e a culpa é sempre minha.”

No final da conversa, o dentista sublinha mais uma vez que nunca é correcto magoar outra pessoa, mesmo quando se está zangado, e que a Sra. Miller não é culpada pela situação. Diz-lhe que é muito importante pensar para onde pode ir se ficar assustada em casa e que a Sra. Miller pode contactá-la a qualquer momento se tiver mais perguntas. Dá-lhe um cartão de visita especial, que contém números de telefone importantes para estas situações.

Tarefas para reflexão:

(1) Que estratégias de comunicação utiliza o dentista?
(2) Que factores de risco específicos pode o dentista identificar que possam apontar para um maior aumento da gravidade da violência?
(3) Porque é que é importante que os dentistas tenham competências em avaliação de risco e planeamento de segurança?
(4) Como é que o dentista pode continuar a ajudar o seu paciente?


Avaliação de conhecimentos: Avaliação de risco e planeamento de segurança


Materiais para o formador: